Por mais que muitas pessoas conheçam o que significa as siglas TDAH é muito comum ver rostinhos tentando entender o que é, pois nunca ouviram falar.
O TDAH significa, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Muitas pessoas ainda não sabem direito do que se trata tal transtorno. Muito se fala dele nas redes sociais mas tudo ainda é muito “tímido” tendo em vista a proporção que esse transtorno pode tomar na vida de alguém quando não há o tratamento adequado.
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade como o próprio nome já diz é um TRANSTORNO e não uma DOENÇA. Inúmeras pesquisas científicas trazem evidencias de sucesso no tratamento de crianças com TDAH, porém, toda via devo ressaltar que não existe cura.
O TDAH é um transtorno do NEURODESENVOLVIMENTO
Pois é, esse é um transtorno do Neurodesenvolvimento que tem sua origem no período gestacional ou na infância. E o TDAH assim como os outros transtornos do neurodesenvolvimento tem uma alta chance se ser herdado geneticamente, ou seja, os fatores genéticos dos familiares podem favorecer o desenvolvimento do TDAH por exemplo.
Vale ressaltar que pesquisas científicas também trazem evidências que transtornos do neurodesenvolvimento, aqui no caso estamos falando do TDAH é percebido a relação com a prematuridade, ou seja crianças que nascem de forma prematura apresentam risco para o desenvolvimento do TDAH, especialmente as crianças que nascem antes das 36 semanas. Outros fatores de risco durante a gestação que podem colaborar para o desenvolvimento do TDAH é estresse durante a gravidez, uso de substancias psicoativas (drogas), determinados medicamentos não indicados para gravidas e também o uso discriminado de medicações sem prescrição médica, prejuízos no período perinatal.
O TDAH é mais prevalente em meninos ou meninas?
Um estudo realizado no Reino Unido sugere que os meninos tenham uma probabilidade de serem diagnosticados com TDAH em até cinco vezes mais que as meninas. Essa diferença diga-se de passagem muito grande pode estar associado à dificuldade do diagnóstico de TDAH em meninas uma vez que elas tendem a apresentar mais dificuldade de atenção e do que a hiperatividade e impulsividade como os meninos.
Socialmente falando a criança que “incomoda” mais tem mais chance de ser encaminhada para um serviço de atendimento em saúde especializado, agora como por exemplo das meninas pelo fato de apresentarem mais problemas de atenção, socialmente isso não incomoda tanto familiares, professores e o meio social que ela vive quando comparado com os meninos.
O diagnóstico do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade poderá ser feito por médicos psiquiatras e neurologistas de preferência especialistas em infância e adolescência com o apoio de outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais entre outros profissionais de saúde.
Para um diagnóstico preciso e assertivo leva-se em consideração que os sintomas devam aparecer antes dos 12 anos de idade e serem persistentes em mais de dois contextos, por exemplo: na escola e em família por pelo menos seis meses. Vale ressaltar que o exemplo citado foram apenas dois mais uma criança ou adolescente com TDAH poderá e muito provavelmente irá apresentar os sintomas em outros diversos contextos.
O TDAH atualmente não é dividido por níveis e sim em subtipos segundo o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais o DSM-5 e é dividido em:
1. TDAH com predomínio na desatenção;
- Dificuldade de prestar atenção em detalhes e pequenos erros;
- Tem dificuldades com instruções, regras e prazos;
- Não consegue ficar atento por muito tempo;
- Evita/reluta em fazer tarefas que requerem maior esforço mental;
- Costuma ser desorganizado e distraído;
- Perde e esquece objetos com facilidade.
2.TDAH com predomínio de hiperatividade e impulsividade
- Sobe, escala, se expõesa perigos;
- Dificuldade em permanecer sentado;
- Movimenta excessivamente o corpo;
- Muito acelerado para atividades;
- Tem dificuldades em esperar;
- Fala muito, se intromete;
- Responde antes de concluir perguntas
3. TDAH com combinado que une: desatenção, hiperatividade e impulsividade;
Nesse caso é um combinado de sintomas dos dois subtipos anteriores.
O tratamento eficaz
1. Medicação:
Para muitas crianças a medicação para TDAH é efetiva e aumenta capacidade de concentração e reduz a hiperatividade e impulsividade. Hoje os principais medicamentos utilizados para TDAH são os chamados de estimulantes.
2. Psicoterapia:
A psicoterapia não só ajudam as crianças e adolescentes mais também a família que passar por treinamento para que possam lidar da melhor forma possível sendo facilitadores do processo de desenvolvimento da criança.
3. Mudanças de hábitos e rotinas:
Não tem como falar de tratamentos de crianças e adolescentes com TDAH e não falarmos em mudanças de rotinas. Muitas crianças e adultos com este diagnóstico precisam implementar novos hábitos e rotinas para que possam funcionar de forma mais efetiva.
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Esse artigo serve como caráter informativo em torno do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Todo ele foi baseado em pesquisas científicas. O mesmo não substitui a busca por profissionais capacitados para diagnosticar e tratar o transtorno.
Referências:
DIOGO, Millena Cardoso dos Santos; AKERMAN, Laila Pires Ferreira; BORSA, Juliane Callegaro. Sintomas de hiperatividade e déficit de atenção em uma amostra de crianças escolares Brasileiras. Contextos Clínic, São Leopoldo , v. 13, n. 3, p. 828-848, dez. 2020 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822020000300007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 jul. 2022.
Effgem, V., & Rossetti, C. B. (2017). Representação de TDAH em meninos diagnosticados com o transtorno. Psicologia Revista, 26(2), 255–280. https://doi.org/10.23925/2594-3871.2017v26i2p.255-280
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
